A força dos subwoofers compactos
por Alex dos Santos
A potência de saída de um subwoofer pode influenciar decisivamente no desempenho dos graves, porém isso não significa qualidade. A maioria dos subwoofers compactos pode ser utilizada em ambientes de até 15m2. Em uma sala desse porte, um sub com potência entre 100 e 200W RMS, teoricamente, seria capaz de proporcionar um bom rendimento quando ligado a um receiver com potência de 50 a 100W RMS por canal. Um sub que possua amplificador interno capaz de liberar potência equivalente ao dobro da gerada pelo receiver para as caixas frontais, poderá desempenhar graves fortes por toda a sala com um mínimo de distorção.
Mas essa regra nem sempre é válida para ambientes grandes e demasiadamente amortecidos acusticamente – com excesso de estofados, almofadas, cortinas e tapetes. Para esses casos, potência nunca é demais; por isso, o auxílio de um especialista em home theater certamente será fundamental para a escolha de um subwoofer capaz de exercer melhor pressão sonora para sua sala.
Já o tipo de amplificador utilizado internamente no subwoofer é um elemento que pode influenciar não só na potência como também no tamanho do sub. A maioria dos modelos emprega amplificação Classe A/B e H (ambas encontradas em quase todos os receivers), que oferecem elevada potência e musicalidade, porém, o seu projeto de construção requer grandes componentes.
No caso dos subwoofers compactos, é comum apresentar amplificação Classe D, também chamada de digital, que têm como principais características o seu tamanho reduzido e o alto rendimento, aliando alta potência e baixa dissipação térmica. Com isso, é possível que alguns amplificadores de Classe D ofereçam menor consumo de energia.
WOOFERS
Era comum ver especialistas torcerem o nariz a subwoofers pequenos, argumentando que para um bom sub quanto maior o tamanho do gabinete e o diâmetro do cone, mais eficiente são a reprodução das baixas freqüências. Para acabar com essa tese, fabricantes criaram tecnologias para garantir que a excursão de um cone de 6,5” ou 8” tenha uma amplitude semelhante ao de outro de 10”, fazendo com que o woofer movimente um bom volume de massa de ar.
Certos modelos possuem ainda o chamado radiador passivo, uma espécie de driver cujo funcionamento é obtido por meio da intensidade de ar gerada pelo falante principal. Essa característica resulta numa maior pressão sonora e melhor reprodução das baixas freqüências.
Boa parte dos subwoofers compactos traz o woofer posicionado na parte frontal do gabinete (front-firing), para ser direcionado ao ouvinte, facilitando a instalação. Mas não é raro encontrar modelos com falante posicionado na parte inferior do gabinete (down-firing), o que favorece a dispersão omnidirecional das baixas freqüências, embora demandam maior tempo para que o usuário encontre a melhor posição para a instalação na sala.
GABINETE
No caso do gabinete, ele está diretamente ligado ao tamanho do woofer (ou woofers) utilizado(s) e possui grande influência sobre a resposta das freqüências mais baixas. Dependendo do projeto do fabricante, um subwoofer pode ser construído com gabinete ventilado (ou bass-reflex), que possui duto de saída de ar ou de suspensão acústica, também chamado de selado (closed-box) por não apresentar o duto.
Há muitas controvérsias sobre qual é o melhor tipo de gabinete, visto que os subwoofers evoluíram muito desde que os primeiros modelos ativos bass-reflex surgiram. Boa parte dos subs compactos possui gabinete selado que, dependendo do modelo, pode ser de madeira MDF ou de alumínio. Em geral, os do tipo selado proporcionam graves impactantes para filmes, além de baixa distorção e precisão para música.
COMO AJUSTAR O SUBWOOFER
Para um ajuste minucioso do subwoofer, o ideal é contar com a ajuda de um decibelímetro (instrumento para medição de pressão sonora). Esse aparelho permite seguir à risca as recomendações da Dolby Laboratories e da Lucasfilm. Existem ainda soluções complexas indicadas a usuários avançados e com bom domínio da língua inglesa. É o caso dos discos de calibragem, como o famoso Video Essentials (não distribuído oficialmente no Brasil), encontrado em algumas lojas especializadas em home theater.
Softwares específicos para ajustes sonoros, como o ETF (www.acoustisoft.com) necessitam de um microfone à parte para calibragem e, claro, de um computador.
Fabricantes como Velodyne, JL Audio e Sunfire oferecem subwoofers inteligentes, que incorporam softwares (processador digital DSP) com recurso de calibragem. Eles analisam a acústica do ambiente, para efetuar a correta equalização e o ajuste de pressão sonora. Além de otimizar o desempenho do subwoofer no sistema, a calibragem automática permite maior flexibilidade de posicionamento do sub na sala, pois a calibragem será feita a partir do subwoofer posicionado no local preferido pelo usuário.
Já o ajuste básico do sub pode ser feito pelo próprio usuário, de maneira simples e rápida. Primeiro, basta definir o tipo de caixa acústica que você utiliza em seu sistema, a começar pelas frontais. Se for do tipo compacta, seja bookshelf ou satélite (entre 10cm e 79cm), selecione SMALL; ou LARGE para caixas grandes ou torres (acima de 80cm de altura).
Quando o escolhido é SMALL, parte dos graves (sinais LFE – Low Frequency Effects) que seria destinado aos canais frontais passa a ser reproduzido somente pelo subwoofer. A próxima etapa é definir a freqüência de corte, que permitirá ao subwoofer responder a partir de determinadas freqüências (em Hz). No caso de caixas compactas, esse ajuste pode ir de 80Hz a 120Hz, porém, certos receivers não trazem essa possibilidade, somente valores fixados em 80Hz. Mas se as caixas do sistema, em especial as frontais, são grandes (LARGE), o subwoofer reproduz apenas os sinais LFE.
Após realizar essas configurações no receiver, é necessário posicionar o controle do divisor de freqüências (crossover) do subwoofer na mesma frequência escolhida anteriormente no menu receiver ou manter o crossover totalmente aberto. Neste mesmo local, há uma chave denominada PHASE 0/180 graus, que é útil para dar maior sintonia aos graves reproduzidos tanto pelas caixas frontais quanto pelo subwoofer.
O MELHOR POSICIONAMENTO
Em um home theater não há uma posição definida para o subwoofer, como ocorre com as demais caixas acústicas do sistema – frontais, central e surrounds. Ao contrário das caixas convencionais, onde os sons emitidos são direcionais, os subs propagam ondas sonoras omnidirecionais, portanto, em qualquer local da sala que o subwoofer estiver instalado, será possível sentir os graves. Mas há algumas recomendações que, ao serem seguidas, podem melhorar a performance de um sub.
O posicionamento na parte frontal da sala, próximo às caixas esquerda ou direita, permite ao subwoofer complementar com muito mais harmonia e eficiência as baixas freqüências não reproduzidas por essas caixas. Isso ocorre, especialmente, quando se trata de caixas compactas, onde a resposta nas baixas freqüências não passa de 80Hz. Outra dica é instalar o sub entre as paredes frontal e lateral da sala (no canto), e obter um ganho em nível de volume maior, com um acréscimo próximo de 3 decibéis. Ao ser instalado nessa posição, é possível fazer com que o sub possa tocar naturalmente mais alto e trabalhar com menor distorção e potência.
E, finalmente, nunca instale o subwoofer sobre prateleiras de móveis. Em último caso, procure desenhar um nicho no móvel, preservando 10cm entre o sub e as paredes da estante. Além disso, o piso do móvel deve ser vazado, já que o sub irá ficar em contato direto com o piso de alvenaria ou sobre uma pedra de granito ou mármore. Todas essas medidas devem ser tomadas para que as ondas mecânicas não provoquem vibrações em toda a estrutura do móvel, prejudicando a inteligibilidade sonora nas demais freqüências.
Por fim, se você é exigente e busca atingir o melhor desempenho, o ideal é fazer experiências com o sub e reproduzir como tons de teste um sinal sonoro de baixas freqüências (pode ser música ou trecho de filme) que você conheça bem. Neste caso, é preciso posicionar o subwoofer em diferentes locais, desde que seja na parte frontal da sala. Quando os graves estiverem mais fortes, controlados e ainda não provocar ressonâncias nos móveis da sala, é porque você conseguiu encontrar o melhor posicionamento para o seu subwoofer.
Alguns exemplos de subwoofers compactos: